Quando se fala em Inteligência Artificial, podemos pensar em três níveis de desenvolvimento estruturados. São níveis que distinguem um grau de inteligência de outro, conforme sua complexidade de processamento e execução de tarefas.
ANI (Artificial Narrow Intelligence). É o nível primário de desenvolvimento, praticamente toda tecnologia que envolve inteligência artificial que existe ao nosso alcance atualmente. Ela é capaz de realizar grandes processamentos de dados e cálculos complexos em segundos, mas com o objetivo único previamente programado.
A ANI não é capaz de improvisar, de realizar uma tarefa estranha à sua função, pois não possuem habilidades para criar memórias e nem utilizar experiências passadas para fundamentar decisões atuais.
Podemos citar como exemplo a inteligência artificial programada para jogar xadrez; carros que dirigem sozinhos; anti-spam de email; smartphones que transformam textos em áudios.
AGI (Artificial General Intelligence). Conhecida como inteligência forte ou inteligência humana (human level AI), a AGI se equipara a inteligência humana. Poderia realizar qualquer atividade de inteligência que o ser humano realiza, dominando diferentes habilidades. Sua programação permite grande armazenamento de memória e, por isso, improvisação em determinadas situações fora de suas funções genuínas.
A psicóloga Linda Gottfredson define:
"Pode discordar, discutir, formular e resolver problemas genéricos, pensar de forma abstrata, compreender idéias complexas, aprender rápido e aprender com próprias experiências."
A AGI se relaciona com a Teoria da Mente (habilidade de atribuir estados mentais - crenças, intenções, estados mentais, fingimento, conhecimento, etc), podendo compreender esse universo mais “humano” nela mesma e nos outros.
Estamos longe de chegar a algo parecido com isso no momento, são avanços que superam muito a capacidade de processamento de computadores.
ASI (Artificial SuperIntelligence). Conhecida como superinteligência, Nick Bostrom a define como:
"Um intelecto muito mais inteligente que as melhores mentes humanas em praticamente todos os campos de conhecimento, incluindo criatividade científica, conhecimentos gerais e habilidades sociais."
A ASI poderia criar, não apenas reproduzir. Possuiria um sistema de evolução e aprimoramento mais avançado do que qualquer mente humana brilhante que já existiu.
Chegaríamos a um nível de inteligência artificial em que a própria existência humana estaria em risco. A ASI teria a capacidade de se auto programar, considerando todas as variáveis e probabilidades imagináveis. Algo parecido com o universo de Matrix.
A grande dúvida, quando isso for possível, é justamente experimentar uma evolução humana jamais vista até hoje ou a sua derradeira criação. Uma coisa é certa, não existe possibilidade da humanidade chegar nesse nível de tecnologia sem se aprimorar nos campos morais e éticos. Tecnologia e valores humanos precisam evoluir lado a lado.
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